Desinfecção

DESINFECÇÃO

Processo de eliminação total ou parcial da carga microbiana de artigos e superfícies. O material, dependendo do nível de risco, pode ser “lavado e desinfetado” ou “lavado e esterilizado”, mas não “lavado, desinfetado e esterilizado”. A desinfecção elimina muitos ou todos os microrganismos patogênicos, com exceção dos esporos bacterianos. Realizada mediante a aplicação de agentes físicos e químicos, chamados de desinfetantes ou germicidas, que destroem os microrganismos em um intervalo de tempo de 10 a 30 minutos.

CLASSIFICAÇÃO DA DESINFECÇÃO

A desinfecção é classificada, conforme seu espectro de ação contra os micro-organismos, considerando a capacidade dos agentes desinfetantes químicos em penetrarem a membrana celular dos grupos microbianos, destruindo o seu metabolismo celular.

  • Alto Nível: capaz de eliminar todos os micro-organismos em forma vegetativa e alguns esporos. Principais desinfetantes: aldeídos, ácido peracético, peróxido de hidrogênio, lavadora termodesinfectora.

  • Nível Intermediário: capaz de destruir todas as bactérias vegetativas, bacilos da tuberculose, fungos e vírus lipídicos e alguns não lipídicos; não elimina esporos. Principais desinfetantes: soluções cloradas, os fenóis sintéticos e o álcool etílico ou isopropílico.

  • Baixo Nível: elimina apenas bactérias vegetativas, vírus lipídicos, alguns vírus não lipídicos e alguns fungos; não elimina micobatérias nem esporos. Principais desinfetantes: Amônios quaternários, Fenóis simples e detergentes.

TIPOS DE DESINFECÇÃO

  • Físicos: agem por ação térmica, como pasteurização e termodesinfecção;

  • Químicos: agem pelo uso de desinfetantes químicos, como aldeídos, ácido peracético, soluções cloradas e álcool;

  • Físico-químicos: quando associam agentes químicos a parâmetros físicos em processos automatizados.

Algumas considerações:

  1. Devem ser priorizados os métodos físicos de desinfecção para os materiais de inaloterapia e assistência ventilatória, pois, além de serem métodos automatizados – permitindo a monitoração dos parâmetros e a reprodutividade do processo, o que minimiza a ocorrência de falhas humanas, também não oferecem riscos decorrentes de resíduos químicos aos pacientes, aos profissionais e ao meio ambiente.

  2. Na impossibilidade de adotar desinfecção térmica, como no caso de endoscópios flexíveis, deve-se preferir os métodos químicos automatizados, em razão de conferirem maior segurança ao processo e aos profissionais.

  3. A garantia de adequada limpeza do produto é fator primordial à eficiência do processo, uma vez que o resíduo no material protege os micro-organismos da ação do desinfetante.

  4. A realização dos processos de desinfecção deve constituir ações planejadas pelo enfermeiro, com base na demanda do serviço de saúde, na otimização dos recursos humanos e de insumos, na possibilidade de acondicionamento do material, no controle de custos e na racionalização do trabalho. Toda a estrutura deve ser prevista, considerando área física, sistema de ventilação, rede hidráulica com água de qualidade apropriada, rede de ar comprimido, equipamento e acessórios.

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