Você já ouviu falar no transtorno bipolar? Essa é uma doença grave, que atinge tanto homens como mulheres.
Transtorno afetivo bipolar é uma perturbação mental que causa alternância súbita entre momentos de euforia (dividida entre mania e hipomania) e depressão, com crises que podem variar de intensidade, frequência e duração.
Esse distúrbio afeta tanto homens quanto mulheres, sendo mais comum ocorrer entre 15 e 25 anos, podendo também afetar crianças e idosos.
O risco de suicídio entre portadores da doença é considerado elevado, assim como o número de casos de automutilação. Por isso, é importante entender como o problema ocorre e quais as suas causas. Confira essas e outras informações ….
Quais as causas do transtorno bipolar?
As causas efetivas do transtorno bipolar ainda não foram determinadas, mas sabe-se que fatores genéticos, além de alterações em certas áreas do cérebro e nos neurotransmissores, podem ocasionar o problema.
Algumas situações específicas também podem servir de gatilho para a manifestação desse distúrbio, sobretudo em pessoas geneticamente predispostas. Entre elas, destacam-se:
- Episódios frequentes de depressão ou início precoce dessas crises;
- Puerpério;
- Estresse prolongado;
- Remédios inibidores do apetite, tais como anorexígenos e anfetaminas;
- Certas disfunções, tais como tireoide, hipertireoidismo e hipotireoidismo.
Tipos de transtorno bipolar
O transtorno bipolar costuma apresentar os seguintes tipos:
- Transtorno bipolar Tipo I: o portador apresenta períodos de mania com duração de, no mínimo, sete dias, e fases de humor deprimido, que podem durar vários meses. Os sintomas são intensos, podendo provocar problemas nas relações familiares, sentimentais e profissionais. Em muitos casos, esse tipo de transtorno exige internação hospitalar;
- Transtorno bipolar Tipo II: alternância entre estado de depressão e hipomania (estado de euforia mais leve do que o da mania), sem grandes consequências para o portador;
- Transtorno bipolar misto: nesse caso, os sintomas não são suficientes para classificar o paciente nos dois primeiros tipos;
- Transtorno ciclotímico: é o quadro mais leve, com alterações leves entre humor e depressão que podem ocorrer no mesmo dia, a ponto de serem confundidas com o temperamento natural da pessoa.
Sintomas
Durante a depressão, os sintomas costumam ser os seguintes:
- Humor deprimido;
- Tristeza e apatia;
- Desinteresse por atividades das quais costuma gostar;
- Isolamento social;
- Alterações de sono e apetite;
- Redução da libído;
- Cansaço;
- Falta de concentração;
- Sentimento de culpa e frustração;
- Falta de sentido para a vida;
- Ideias suicidas.
Durante a fase de mania:
- Estado de euforia, autoestima e autoconfiança;
- Pouca necessidade de sono;
- Agitação psicomotora;
- Desvio de atenção;
- Aumento da libído;
- Impaciência e irritabilidade crescente;
- Comportamento agressivo;
- Delírios e alucinações.
Durante a fase de hipomania, os sintomas são parecidos com os da mania, porém mais leves e com menos repercussão na vida do paciente, que se mostra mais eufórico e sociável do que o normal.
Em geral, essas crises costumam durar poucos dias. Todos os sintomas listados podem variar de pessoa para pessoa, dependendo do caso.
Diagnóstico
Para diagnosticar o transtorno, os médicos recomendam uma série de exames e testes. Depois, o paciente é encaminhado para avaliação psicológica, na qual o médico observará por algum tempo o padrão de comportamento do paciente, bem como suas possíveis alterações de humor. O histórico médico do paciente e de sua família também podem ajudar a confirmar o diagnóstico.
Diagnosticar uma paciente com o transtorno bipolar é um tanto quanto complicado, pois a doença apresenta muitos sintomas que estão presentes em outras, portanto, o médico deve ser muito criterioso na análise dos possíveis casos.
Tratamento
Não existe cura para o transtorno bipolar. O tratamento tem como objetivo controlar as crises e os sintomas, de modo a permitir ao paciente uma vida mais próxima da normalidade.
O tratamento inclui uso de medicamentos, psicoterapia e mudanças no estilo de vida, tais como o fim do consumo de certas substâncias, sobretudo as psicoativas (cafeína, anfetaminas, álcool e cocaína, por exemplo), o desenvolvimento de hábitos saudáveis, a alimentação equilibrada, a quantidade adequada de sono e a redução dos níveis de estresse.
O uso de medicamento se dá de acordo com o tipo, a gravidade e a evolução da doença.
Medicamentos neurolépticos, antipsicóticos, anticonvulsivantes, ansiolíticos e estabilizadores de humor, especialmente o carbonato de lítio, têm se mostrado úteis para reverter os quadros agudos de euforia e evitar a recorrência das crises.
Os antidepressivos, por sua vez, devem ser utilizados com cuidado, porque podem provocar uma mudança rápida da depressão para a euforia, ou acelerar a incidência das crises. Os medicamentos, como ocorre na maioria das doenças crônicas, deverão ser mantidos por toda a vida.
A psicoterapia é uma outra parte vital do tratamento da bipolaridade, uma vez que oferece suporte para que o paciente possa superar as dificuldades impostas pelas características da doença, ajudando a prevenir também a recorrência das crises.